Quem sou eu?
Quem sou?Frequentemente me dizem que
saí do confinamento de minha cela
tranquilo, alegre e firme
como um senhor de sua mansão de campo.
Quem sou?
Frequentemente me dizem
que costumo falar com os guardiões da prisão confiada,
livre e claramente,como se eu desse as ordens.
Frequentemente me dizem
que costumo falar com os guardiões da prisão confiada,
livre e claramente,como se eu desse as ordens.
Quem sou?
Também me dizem
que superei os dias de infortúnio
orgulhosa e amavelmente, sorrindo,
como quem está habituado a triunfar.
Também me dizem
que superei os dias de infortúnio
orgulhosa e amavelmente, sorrindo,
como quem está habituado a triunfar.
Sou, na verdade, tudo o que os demais
dizem de mim?
Ou sou somente o que eu sei de mim mesmo?
Inquieto, ansioso e enfermo, como uma ave enjaulada,
pugnado por respirar, como se me afogasse,
sedento de cores, flores, canto de pássaros,
faminto de palavras bondosas, de amabilidade,
com a expectativa de grandes feitos,
temendo, impotente, pela sorte de amigos distantes,
cansado e vazio de orar, de pensar, de fazer,
exausto e disposto a dizer adeus a tudo.
Ou sou somente o que eu sei de mim mesmo?
Inquieto, ansioso e enfermo, como uma ave enjaulada,
pugnado por respirar, como se me afogasse,
sedento de cores, flores, canto de pássaros,
faminto de palavras bondosas, de amabilidade,
com a expectativa de grandes feitos,
temendo, impotente, pela sorte de amigos distantes,
cansado e vazio de orar, de pensar, de fazer,
exausto e disposto a dizer adeus a tudo.
Quem sou? Esse ou aquele?
Um agora e outro depois?
Ou ambos de uma vez?
Hipócrita perante os demais
e, diante de mim mesmo, um débil acabado?
Ou há, dentro de mim, algo como um exército derrotado
que foge desordenadamente da vitória já alcançada?
Um agora e outro depois?
Ou ambos de uma vez?
Hipócrita perante os demais
e, diante de mim mesmo, um débil acabado?
Ou há, dentro de mim, algo como um exército derrotado
que foge desordenadamente da vitória já alcançada?
Quem sou?
Escarnecem de mim essas solitárias perguntas minhas;
seja o que for,
Tu o sabes, ó Deus: sou Teu!
Escarnecem de mim essas solitárias perguntas minhas;
seja o que for,
Tu o sabes, ó Deus: sou Teu!
Dietrich Bonhoeffer
Fonte: Práxis Cristã.



O pensamento cristão procura compreender e explicar o ser humano à luz do desígnio de Deus sobre o homem e a mulher; esse desígnio pode ser conhecido pela natureza das coisas e pela revelação divina, recolhida na Sagrada Escritura. Assim, a antropologia cristã afirma que o ser humano é composto de dois gêneros: masculino e feminino. “Homem e mulher Deus os criou” (Gn 1,27), constata o autor sagrado, depois de relatar de maneira poética que Deus decidiu criar o ser humano à sua imagem e semelhança.